segunda-feira, 6 de agosto de 2012

HISTÓRIA DO PAJEÚ - AFOGADOS DA INGAZEIRA


É um muicípio do estado de Pernambuco. Administrativamente, o município é formado pelo distrito sede e pelos povoados de Carapuça e Queimada Grande, Afogados destaca-se por ser centro comercial do Vale do Pajeú e ser sede de diversos órgãos públicos. Possui o segundo IDH da Região do Alto do Pajeú, localizando-se a 386 km de distância da capital.

A cidade de Afogados da Ingazeira teve origem em uma antiga fazenda de criação pertencente a Manuel Francisco da Silva. O desenvolvimento da cidade data de 1870, época em que a edificação de casas cresceu.
A origem do nome explica-se com a seguinte história: em tempos distantes, um casal de viajantes tentando atravessar o rio Pajeú, em época de enchente, foi levado pela correnteza e desapareceu. Somente dias depois os cadáveres foram encontrados. Como o município era distrito da cidade de Ingazeira e já existia uma comunidade, no Recife, chamada "Afogados", terminou incorporando o nome de Ingazeira ao seu nome. Daí o nome Afogados da Ingazeira.

Economia

A cidade de Afogados da Ingazeira caracteriza-se como sendo polo do sertão do pajeú sendo uma das cidades mais prósperas na aréa de serviços,comércio e lazer da região,sua Economia se baseia na Agricultura e no Comércio já no setor Indústrial se destacam as Fábricas de Móveis São Carlos,Magno Móveis sendo elas as duas maiores fábricas de móveis de Pernambuco e em fase de inauguração o polo moveleiro, também a Industria Serrote redondo - abatimento de frangos entre outras pequenas fábricas no ramo de latcínios, doces e serralheiro. Com um forte comércio nos setores Automobilístico , Supermercados, Vestuários, Matérias de Construção, Varejos e Distribuidoras que abastecem cidades circuvizinhas.

TURISMO E LAZER

A Cidade conta com cinco Bancos, Cinema-Teatro São José, Praças entre ela a de alimentação no Centro, Bares, Restaurantes, Churascarias, Hóteis diversos, Clubes Áquaticos possuindo ainda Terminal Rodoviário, Aeródromo e uma ótima organização urbana com extensas faixas de asfalto no centro, considerada por muitos como uma das cidades mais belas do sertão. Seus pontos turisticos se descatam:
  • A praça Monsenhor Alfredo de Arruda Câmara que junto a igreja matriz se tornam um dos conjuntos de praças mais bonitos de Pernambuco.
  • A Barragem de Brotas
  • Sítios Arqueológicos

segunda-feira, 23 de julho de 2012

Euclides da Cunha - "Os Sertões"





‎"Reflete, nestas aparências que o contrabatem,
a própria natureza que o rodeia —
passiva ante o jogo dos elementos e passando,
sem transição sensível, de uma estação à outra,
da maior exuberância à penúria dos desertos incendidos,
sob o reverberar dos estios abrasantes.
É inconstante com ela.
É natural que o seja.
Viver é adaptar-se.

Ela o talhou à sua imagem:
bárbaro, impetuoso, abrupto…"

Euclides da Cunha - "Os Sertões"

quinta-feira, 10 de maio de 2012

SERTANEJO


Mesmo com esta seca que nos assola, o sertanejo ainda sente o gostinho do último 
inverno... e sai essas coisas boas...

No sertão o trovão anunciou
O inverno chegando novamente
Se prepara uma nuvem no nascente
E o braseiro da seca se apagou
O relâmpago á noite dá um show
Parecendo um matuto com um facho
E a enchente descendo serra a baixo
Faz a terra ficar com duas caras
E um caniço na cheia entorta as varas 
Que se perdem nas curvas do riacho.

Aldo Neves... Tuparetama-PE

Texto extraído de postagem no facebook da pagina do amigo Hércules Nunes da cidade de São José do Egito-PE


quinta-feira, 8 de março de 2012

RENATO CALDAS



Lagoa das moças

Vancê tá vendo êsse lago,
pequeno, desse tamanho?
Apois bem, é a lagoinha,
onde as moças tomam banho,
quaje tôda menhanzinha.

Eu num sei pruque razão
essa água cheira tanto?
Num sei mesmo pruque é...
Mas, descunfio e agaranto:
sê do suô das muié.

- Mas, se eu fôsse essa lagoa,
se ela eu pudesse sê!
Se quando as moças chegasse,
eu pudesse as moças vê...
Aí, os óios eu feixasse...

Quando n’água elas caísse
eu pegava, abria os óios.
Uns óios desse tamanho!!!
Só pra vê aqueles móios
de moça tomando banho.

Renato Caldas (1902 - 1991) - grande poeta norte-rio-grandense

terça-feira, 28 de fevereiro de 2012

Frevos de Pernambuco













Quando Capiba afirmou que Pernambuco tem uma dança que nenhuma terra tem, poderia ter acrescentado também uma “música”. Ambos, nasceram e desenvolveram-se em Pernambuco. Nunca se conseguiu que brotasse em outra terra, ao menos com a autenticidade do que se faz no estado. Detalhes, nuanças há no frevo que “estrangeiros” não conseguem captar. 


Origem do frevo 


 A palavra vem de "ferver", algo como agitação, isto é ponto pacífico entre todos os historiadores e pesquisadores. Em Pernambuco, apareceu entre os anos de 1910 e 1911 Ganhou repercussão quando foi citada em um jornal de Recife, em uma referência feita pelo jornalista Oswaldo Oliveira em 1907. É o carro-chefe do carnaval pernambucano. O Frevo é um ritmo rápido, acelerado, próprio para a dança. Existem mais de 120 passos de frevo, que são executados pelos passistas ou simplesmente pelos foliões. Inicialmente, quando os blocos de frevo se encontravam nas ruas era comum que seus integrantes lutassem para defender seu estandarte. Porretes e cabos de guarda-chuva eram os instrumentos usados, hoje foram substituídos pelas sombrinhas coloridas.



Curiosidades
  •  O "Dia do Frevo" é comemorado em 14 de Setembro.
  • Os passistas de frevo usam roupas coloridas, geralmente com as cores da bandeira de Pernambuco.
  • "Vassourinhas" é o frevo mais conhecido. É instrumental. 
  • Alceu Valença, Almir Rouche, André Rio, Gustavo Travassos e Claudionor Germano são alguns dos maiores cantores de Frevo da atualidade.
  • "Tesoura", "Dobradiça", "Ferrolho" e "Parafuso" são alguns dos passos de frevo.
  • Os frevos dos Blocos Líricos são hinos cantados durante todo o carnaval. Um dos mais famosos é: "Madeira Que Cupim Não Rói".









Voltei, Recife
Foi a saudade
Que me trouxe pelo braço
Quero ver novamente "Vassoura"
Na rua abafando
Tomar umas e outras
E cair no passo
Cadê "Toureiros"?
Cadê "Bola de Ouro"?
"As Pás", Os "lenhadores"
O "Bloco Batutas de São José"?
Quero sentir
A embriaguês do frevo
Que entra na cabeça
Depois toma o corpo
E acaba no pé



CORDEL: O meu sertão agradece As chuvas que deus mandar.


O nordeste está sofrendo
Seco sem água e sem planta
O campina já nem canta
O gado não está comendo
As plantas estão morrendo
Dá vontade de chorar
Só deus pra nos ajudar
E ouvir a nossa prece
O meu sertão agradece
As chuvas que deus mandar.

A terra fica doente
Fica a vida ameaçada
Gado morto na estrada
Chega dá pena na gente
O sertanejo carente
Vê a seca arrochar
Quem come do que plantar
Baixa a cabeça e faz prece
O meu sertão agradece
As chuvas que deus mandar.

Quem só vive do roçado
É triste a situação
Se não plantar não tem pão
Pra dar ao filho coitado
O cabra fica apertado
Vendo seu filho chorar
Sem nada ter pra lhe dar
O sertanejo padece
O meu sertão agradece
As chuvas que deus mandar.

Porém a seca obriga
O camponês apelar
Resolve então viajar
Pra se salvar ele briga
Sua família ele abriga
Bem longe do seu lugar
Mas se a chuva voltar
Diz ele à família a prece
O meu sertão agradece
As chuvas que deus mandar.

Mesmo estando na cidade
Quando escuta alguém dizer
Que já começou chover
Lhe bate logo a vontade
Já lhe aumenta a saudade
E resolve então voltar
Pensando logo em plantar
Diz deus ouviu minha prece
O meu sertão agradece
As chuvas que deus mandar.

Vem na primeira viagem
Era o que ele mais queria
A família com alegria
Ele cheio de coragem
Chega e ver outra paisagem
A asa branca a cantar
O verde, o gado a pastar
Com água tudo enriquece
O meu sertão agradece
As chuvas que deus mandar.

Ver os rios transbordando
A mata verde e frondosa
Ho! Que paisagem mimosa
O gado gordo pastando
A passarada cantando
O milho a pendoar
Já tem feijão pra apanhar
O sertanejo envaidece
O meu sertão agradece
As chuvas que deus mandar.

É esta a maior riqueza
Que se vê no meu sertão
Pois a maior ambição
Não é jóia e nem nobreza
Apenas que a natureza
Viva pra nos ajudar
Que deus possa abençoar
E da gente não se esqueça
Pra que o sertão agradeça
A chuva que deus mandar.


de Francisco Rariosvaldo de Oliveira
Olho D’água do Borges - RN

sábado, 25 de fevereiro de 2012

LUIZ GONZAGA


Biografia

Nasceu na fazenda Caiçara, no sopé da Serra de Araripe, na zona rural de Exu, sertão de Pernambuco. O lugar seria revivido anos mais tarde em "Pé de Serra", uma de suas primeiras composições. Sua mãe chamava-se Santana. Seu pai, Januário, trabalhava na roça, num latifúndio, e nas horas vagas tocava acordeão (também consertava o instrumento). Foi com ele que Luiz Gonzaga aprendeu a tocá-lo. Não era nem adolescente ainda, quando passou a se apresentar em bailes, forrós e feiras, de início acompanhando seu pai. Autêntico representante da cultura nordestina, manteve-se fiel às suas origens mesmo seguindo carreira musical no sudeste do Brasil. O gênero musical que o consagrou foi o baião. A canção emblemática de sua carreira foi Asa Branca, que compôs em 1947, em parceria com o advogado cearense Humberto Teixeira.
Antes dos dezoito anos Luiz teve sua primeira paixão: Nazarena, uma moça da região. Foi rejeitado pelo pai dela, o coronel Raimundo Deolindo, que não o queria para genro e ameaçou-o de morte. Mesmo assim Luiz e Nazarena namoraram algum tempo escondidos e planejavam ser felizes juntos. Januário e Santana lhe deram uma surra ao descobrirem que ele se envolveu com a moça. Revoltado por não poder casar-se com ela, e por não querer morrer nas mãos do pai dela, Luiz Gonzaga fugiu de casa e ingressou no exército em Crato, Ceará. A partir dali, durante nove anos ele ficou sem dar notícias à família e viajou por vários estados brasileiros, como soldado. Não teve mais nenhuma namorada, passando a ter algumas amantes ao longo da vida.
Em Juiz de Fora-MG, conheceu Domingos Ambrósio, também soldado e conhecido na região pela sua habilidade como acordeonista. A partir daí começou a se interessar pela área musical.
Em 1939, deu baixa do Exército na Cidade do Rio de Janeiro: Estava decidido a se dedicar à música. Na então capital do Brasil, começou por tocar nas áreas de prostituição da cidade. No início da carreira, apenas solava acordeão (instrumentista), tendo chorossambasfoxtrotes e outros gêneros da época. Seu repertório era composto basicamente de músicas estrangeiras que apresentava, sem sucesso, em programas de calouros. Apresentava-se com o típico figurino do músico profissional: paletó e gravata. Até que, em 1941, no programa de Ary Barroso, ele foi aplaudido executando Vira e Mexe , um tema de sabor regional, de sua autoria. O sucesso lhe valeu um contrato com a gravadora Victor, pela qual lançou mais de 50 músicas instrumentais. Vira e mexe foi a primeira música que gravou em disco.
Veio depois a sua primeira contratação, pela Rádio Nacional. Foi lá que tomou contato com o acordeonista gaúcho Pedro Raimundo, que usava os trajes típicos da sua região. Foi do contato com este artista que surgiu a ideia de Luiz Gonzaga apresentar-se vestido de vaqueiro - figurino que o consagrou como artista.
Em 11 de abril de 1945, Luiz Gonzaga gravou sua primeira música como cantor, no estúdio da RCA Victor: A mazurca Dança Mariquinha em parceria com Saulo Augusto Silveira Oliveira.
Também em 1945, uma cantora de coro chamada Odaléia Guedes dos Santos deu à luz um menino, no Rio. Luiz Gonzaga mantinha um caso há meses com a moça - iniciado quando ela já estava grávida - Luiz, sabendo que sua amante ia ser mãe solteira, assumiu a paternidade da criança, adotando-o e dando-lhe seu nome: Luiz Gonzaga do Nascimento Júnior.[2]
Odaléia, que além de cantora de coro era sambista, foi expulsa de casa por ter engravidado do namorado, que não assumiu a criança. Ela foi parar nas ruas, sofrendo muito, até que foi ajudada e descobriu-se seu talento para cantar e dançar, e ela passou a se apresentar em casas de samba no Rio, quando conheceu Luiz. A relação de Odaléia, conhecida por Léia, e Luiz, era bastate agitada, cheia de brigas e discussões, e ao mesmo tempo muita atração física e paixão. Após o nascimento do menino, as brigas pioraram, já que havia muitos ciúmes entre os dois. Eles resolveram se separar com menos de 2 anos de convivência. Léia ficou criando o filho, e Luiz,às vezes, ia visitá-los .[3]
Em 1946 voltou pela primeira vez a Exu (Pernambuco), e teve um emocionante reencontros com seus pais, Januário e Santana, que há anos não sabiam nada sobre o filho e sofreram muito esse tempo todo. O reencontro com seu pai é narrado em sua composição Respeita Januário, em parceria com Humberto Teixeira.
Em 1948, casou-se com sua noiva, a pernambucana Helena Cavalcanti, professora que tinha se tornado sua secretária particular, por quem Luiz se apaixonou. O casal viveu junto até o fim da vida de Luiz. Eles não tiveram filhos biológicos, por Helena não poder engravidar, mas adotaram uma menina, a quem batizaram de Rosa.[4]
Nesse mesmo ano Léia morreu de tuberculose, para desespero de Luiz. O filho deles, apelidado de Gonzaguinha, ficou órfão com 2 anos e meio. Luiz queria levar o menino para morar com ele e Helena, e pediu para a mulher criá-lo como se fosse dela, mas Helena não aceitou, juntamente coms ua mãe, Marieta, que achava aquilo um absurdo, já que nem filho verdadeiro de Luiz era. Luiz não viu saída: Entregou o filho para os padrinhhos da criança, Leopoldina e Henrique Xavier Pinheiro, criá-lo, no Morro do São Carlos. Luiz sempre visitava a criança e o menino era sustentado com a assistência financeira do artista. Luizinho foi criado como muito amor. Xavier o considerava filho de verdade, e lhe ensinava viola, e o menino teve em Dina um amor verdadeiro de mãe. [5]
Luiz não se dava bem com o filho, apelidado de Gonzaguinha. Ele passou a não ver mais o filho na infância do menino e sempre que o via brigava com ele, apesar de amá-lo, achava que ele não teria um bom futuro, imaginando que ele se tornaria um malandro ao crescer, já que o menino era envolvido com amizades ruins no morro, além de viver com malandros tocando viola pelos becos da favela. Dina tentava unir pai e filho, mas Helena não gostava da proximidade deles, e passou a espalhar para todos que Luiz era estéril e não era o pai de Luizinho, mas Luiz sempre desmentia, já que ele não queria que ninguém soubesse que o menino era seu filho somente no civil. Ele amava o menino de fato, independente de ser filho de sangue ou não.[6]
Na adolescência, o jovem se tornou rebelde, não aceitava ir morar com o pai, já que amava os padrinhos e odiava ser órfão de mãe, e dizia sempre que Luiz não era seu pai biológico, o que entristecia-o. Helena detestava o menino e viva implicando com ele, e humilhando-o e por isso Gonzaguinha também não gostava da madrasta Helena, o que afastou e causou mais brigas entre pai e filho, já que Luiz dava razão à esposa. Não vendo medidas, internou o jovem em um colégio interno para desepsero de Dina e Xavier. Gonzaguinha contraiu tuberculose aos 14 anos e quase morreu. Aos 16, Luiz pegou-o para criar e o levou a força para a Ilha do Governador, onde morava, mas por ser muito autoritário e a esposa destratar o garoto, o que gerava brigas entre Luiz e Helena, Gonzaga mandou o filho Gonzaguinha de volta ao internato.[7]
Ao crescer, a relação ficou mais tumultuada, pois o filho se tornou um malandro, tornando-se viciado em bebidas alcoólicas. Ao passar o tempo, tudo foi melhorando quando Gonzaguinha resolveu se tratar e concluiu a universidade, e se tornou músico como o pai. Pai e filho ficaram mais unidos quando em 1980 viajaram o Brasil juntos, quando o filho compôs algumas músicas para o pai. Eles se tornaram muito amigos, e conseguiram em fim viver em paz.[8]
Luiz Gonzaga sofria de osteoporose a alguns anos. Morreu vítima de parada cardiorrespiratória no Hospital Santa Joana, na capital pernambucana. Seu corpo foi velado em Juazeiro do Norte (a contragosto de Gonzaguinha, que pediu que o corpo fosse levado o mais rápido possível para Exu, irritando várias pessoas que iriam ao velório e tornando Gonzaguinha "persona non grata" em Juazeiro do Norte) e posteriormente sepultado em seu município natal.




Discografia


FONTE: Wikipédia