terça-feira, 25 de novembro de 2008

SEU LUNGA - O CABRA MAIS IGNORANTE DO BRASIL


Uma lenda viva, literalmente. Seu Lunga para os mais desavisados é o cabra mais ignorante do mundo. Alguns até dizem que ele está prestes a entrar na seleta lista do Guiness Book – O famoso livro dos recordes - em função disso. Sua fama vai de Norte a Sul do Nordeste e já está tomando conta do Brasil.
Muitos acham que Seu Lunga não existe, que é apenas um personagem do folclore Nordestino, mas ele existe sim. É de carne, osso e "ignorância". Mora em Juazeiro do Norte-CE, na região do Crato (local que reúne cidades como Juazeiro, Barbalha e a própria Crato). Seu nome de batismo é Joaquim dos Santos Rodrigues, tem 81 anos e possui uma espécie de Sucata na Rua Santa Luzia, próxima a Rua São Paulo. Quem duvidar, basta conferir.
Seu Lunga é figura clássica em causos ou piadas aqui no Nordeste. Tão famosas quando piadas de papagaio, bêbado, rapariga, corno ou viado, são as histórias que fazem alusão a falta de paciência dele. Devido a toda essa fama, muita gente que vai a Juazeiro, não que vê o Padre Cícero não, prefere conhecer Seu Lunga.



Joaquim dos Santos Rodrigues: o homem seu Lunga
Seu Lunga é apenas o apelido de Joaquim dos Santos Rodrigues. As piadas sobre ele escondem atrás da personagem o homem real, nascido em Caririaçu, fronteira Norte de Juazeiro, em 18 de Agosto de 1927. Viveu a infância com os pais e mais sete irmãos, "no meio dos matos,"afastado da cidade. O apelido lhe acompanha desde esta época, quando uma vizinha de sua família, que ele só identifica como preta velha, começou a lhe chamar de Calunga, que virou Lunga e pegou.
Começou a trabalhar na roça aos oito anos de idade, e admira a criação rígida que teve de seu pai, o que marca um aspecto psicossocial do homem Lunga. Sobre a educação recebida, Lunga responde: "Uma educação desses pais de família sérios, homem de responsabilidade, homem de caráter, homem de palavra, homem de respeito." Lunga deixa sua postura um tanto desinteressada da conversa, para deixar transparecer sua admiração pelo pai.
Da infância traz poucas lembranças, como as brincadeiras com os colegas, que eram seus próprios irmãos. Entre os irmãos dominava a determinação do pai de que os mais novos deveriam obedecer aos mais velhos. Há também as lembranças das poucas idas à cidade, acompanhando o pai que ia vender ou comprar algo. Foi assim até aos 16 anos, quando se mudou para o Juazeiro.
mudança para o Juazeiro se deu depois que Lunga caiu em uma cacimba e adoeceu, impedindo-o de trabalhar na roça com o pai. Lá ele aprendeu a arte de ourives, e viveu disso por dois anos. Foi nesse período que seu Lunga aprendeu a negociar no Mercado Público da cidade, passando depois a trabalhar no comércio com sua loja de sucata.A determinação de seu Lunga que o fez ir para a cidade morar longe da família e conseguir sobreviver fazendo o que nunca tinha feito antes também se mostrou quando pediu a prima em casamento.
Sem nunca terem namorado, Lunga deu a ela três dias para pensar se queria ou não casar-se com ele. Terminado o prazo, ela aceitou o pedido, e só não se casaram no dia seguinte, porque o pai da moça não deixou. O namoro então durou uns dois ou três meses.
Casado desde 1951, hoje Lunga é pai de treze filhos, mas se ressente de não ter podido lhes dar uma educação mais rígida, pois sua esposa "é contra se castigar um filho." Apesar disso, ele se orgulha de todos eles, com exceção de um, terem estudado e se formado em alguma profissão (nenhum com nível superior, entretanto), ao contrário dele mesmo, que foi às aulas por apenas dois meses.
O pai Lunga reflete a rigidez do homem que deu origem a toda a construção da personagem pouco flexível, mas ao mesmo tempo deixa transparecer o orgulho comum a todos os pais: oferecer boa educação aos filhos. É interessante também notar como a realidade interiorana de Lunga influencia em sua avaliação da educação de seus filhos. Ao dizer que quase todos os filhos eram formados, ele disse que nenhum, entretanto, tinha "formatura alta," referindo-se à formação de nível superior.
Ora, em sua vivência, a formação acadêmica é um contexto distante, dispensável para seu estilo de vida. A pouca instrução de Lunga, por outro lado, não o impede de discorrer sobre assuntos como política, cultura, religião, nem o impediu também de candidatar-se a vereador da cidade de Juazeiro em 1988, eleição que não ganhou porque, segundo ele, teve seus votos roubados.

Veja causos e piadas sobre seu Lunga, clique no link
http://culturanordestina.blogspot.com/2007/09/piadas-de-causos-de-seu-lunga.html

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