segunda-feira, 15 de dezembro de 2008

MACIEL MELO

Nascido em Iguaraci, no sertão pernambucano, filho de Mestre Louro, músico e consertador de foles de oito baixo, Maciel Melo, aos 16 anos, mudou-se para Petrolina, onde morou durante 16 anos. Em 1986, influenciado pelo som catingueiro de Elomar, Vital Farias, Xangai, Dominguinhos mergulha na música, incorporando a ela toda bagagem que trouxe da pequena Iguaraci. Estreou em disco, no ano seguinte, com um LP,Desafio das léguas,no qual ratificava seu talento de letrista e melodista,mas também escancarava as influências dos artistas citados (Vital Farias, Xangai e Décio Marques participam do disco). O Quinteto Violado foi o primeiro grande nome da música nordestina a gravar Maciel Melo, uma música chamada Erva-doce,em 1985. Depois do namoro com os sons da caatinga, Maciel Melo descobriu sua vocação de forrozeiro, e provavelmente o mais talentoso e autêntico desde José Marcolino. Em 1992, ele estava com dois grandes sucessos radiofônicos,Que nem vem-vem, na voz de Elba Ramalho, e Caboclo Sonhador,com Flávio José, depois gravado também por Fagner.Aí ele já se sacramentara como um dos grandes nomes da música nordestina,continuamente gravado por diversos intérpretes,de Irah Caldeira, a Xangai ou Alcymar Monteiro. Mas sem se descuidar de sua própria carreira de cantor, lançando discos praticamente todo ano.






Caboclo Sonhador

Sou um caboclo sonhador 
Meu senhor, viu?
Não queira mudar meu verso
Se é assim não tem conversa
E meu regresso para o brejo
Diminui a minha reza.
Um coração tão sertanejo
Vejam como anda plangente o meu olhar
Mergulhado nos becos do meu passado
Perdido na imensidão desse lugar
Ao lembrar-me das bravuras de Nenem
Perguntar-me a todo instante por Baía
Mega e Quinha como vão? tá tudo bem?
Meu canto é tanto quanto canta o sabiá
Sou devoto de Padim Ciço Romão
Sou tiete do nosso Rei do Cangaço
E em meu regaço fulminado em pensamentos
Em meu rebento sedento eu quero chegar
Deixem que eu cante cantigas de ninar
Abram alas para um novo cantador
Deixem meu verso passar na avenida
Num forrofiádo tão da bexiga de bom.

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